terça-feira, 6 de julho de 2010

Cidadania... a novela



Tenho adiado este post de preguiça de escrever sobre o assunto... caraca porra chata essa... é tanta, mas tanta burocracia... nao sei onde é pior, aqui ou no Brasil. Nao tenho nenhuma formula para se fazer isso rapido ou mais facil, mas vou contar a minha novela...

Cittadinanza Italiana.

A chegada:Bem, cheguei aqui num voo Rio-Paris-Bologna certo? Sim, mas era errado pra quem quer a cidadania italiana, eu entrei pela França na Comunidade Europeia e sendo assim foi a França que carimbou a minha entrada e eu deveria ter carimbo de entrada italiano no meu passaporte porque os italianos querem assim.
A encrenca começou ai, eu nao sabia que os italianos exigiam um carimbo italiano de entrada, agora me diga porque raios eles nao carimbam teu passaporte quando voce entra aqui vindo de outro pais da comunidade europeia????? ... ##$£&%$£%$£!!! Porque? Sei laaaaaaa !!!!!

Na Comune:
O que eu sabia era que eu deveria ir a 'Comune' (prefeitura) mais proxima de onde eu estivesse morando para declarar minha residencia no pais. Como eu iria me mudar, eu e Fabio estavamos esperando as chaves do apto, esperei estar ja no novo ap para ir na Comune. Quando fui, descobri que eu deveria ter ido a Policia de Imigraçao em no MAXIMO em 8 dias depois da minha chegada para avisar que eu estou aqui, assim voce recebe a 'Declaraçao de Presença' e eu nao tinha isso. NINGUEM nunca me explicou isso. La fui eu....

Na policia de Imigraçao:
Gezuizzzz.!!!!!
Cheguei antes das 7 da manha e ja estava lotado de gente ja do lado de fora!!!
Fazia um frio da porraaa e os policiais gritavam para que se as pessoas se afastassem das grades... e elas empurravam mais ainda para entrar assim que abrissem os portoes. Abriram finalmente as 9 da manha e com a correria esmagaram um pouco 3 moças indianas que estavam atras das portoes... foi aquela gritaria mas salvaram as moças. Entramos numa fila maior do mundo.. e as pessoas de tras me apertando pra frente.. e os policiais gritavam mais. La pelas tantas chegou minha vez, o policial que distribuia a senha nao quis me dar senha, porque eu estava fora do prazo (os tais 8 dias) e me mandou entrar e ir direto ao portao 2, sem senha mesmo. Legal, entrei e fui ao Portao 2 e uma outra policial começou a gritar comigo 'aonde eu pensava que estava e onde pensava que ia? ' Oxii... Me senti uma criminosa.. eu e os outros 300 imigrantes que antes estavam se esmagando nas grades para entrar. Somos tratados como lixo pela Policia de Imigraçao.
Depois, finalmente no Portao 2  fui recebida por um policial que me fazia as perguntas aos gritos mas nao queria ouvir as respostas.. me interrompia toda vez que eu tetava abrir a boca e disse nao tinha jeito, que eu teria que sair do Pais pra arrumar o tal do carimbo na entrada e assim poder me apresentar no prazo, os famosos 8 dias... e nao me deu declaraçao nenhuma. Fui chorando pra casa.

Um parentese:
Gente, dizem que obter a minha cidadania é simples porque sou filha de italiana e assim sendo ja me consideram uma cidada italiana. Pela lei é um direito automatico que so precisa ser reconhecido pelo governo italiano. Até agora parece a mesma bosta, da um trabalhao daqueles pra eles dizerem, um dia, quem sabe: Sim, vc tem direito... :-(

Bem, neste dia eu cheguei em casa aos prantos.. dizendo que tinha q ir embora da Italia. Fabio começou a ver passagem pra Marrocos, porque assim eu sairia da comunidade europeia e teria nova oportunidade de arrumar o tal do carimbo e teria também os 8 dias para voltar na policia de imigraçao e conseguir a tal declaraçao de presença para conseguir a residencia na prefeitura.

Depois descobrimos que um conhecido do Fabio trabalhava na Policia de Imigraçao de uma cidadezinha aqui vizinha!! IUPIIIII

Na Policia da cidade de San Giovanne di Ponticella:
Cheguei e nao tinha quase ninguem, fui muito bem atendida e ele me deu a declaraçao de presença sem problemas... lindo, so que para conseguir a permissao de continuar aqui depois de 3 meses do meu visto de turista, que se chama Permesso di Soggiorno eu tinha que dar entrada na minha cidadania antes, na Prefeitura de Bologna, e logico, o mais rapido possivel.

O Permesso di Soggiorno:
Nao é simples como parece. Nao servem aquelas certidoes velhas que voce tem em casa, voce tem que pedir no cartorio que voce nasceu, no que voce casou, no que sua mae nasceu e no que ela se casou, um segunda via novinha em inteiro teor (que valera so por um ano) e depois levar tudo a um tradutor juramentado da sua cidade (No Rio de Janeiro tem so 4) e finalmente deve validar tudo no Consulado Italiano no Brasil.
Ok... Eu ja tinha começado essa estoria antes de vir pra Italia e a minha filha precisava providenciar so as traduçoes e a validaçao no Consulado.
So que...a tradutora descobriu que o nome da minha avo, estava errado na minha certidao de nascimento... PQP !!!!!!!!! Ninguem nunca tinha reparado isso na vida e isso significava ter que abrir um processo junto ao cartorio no RJ para fazer essa correçao.

A correçao:
Era preciso que eu mandasse para o Brasil a certidao de nascimento original da minha mae, que nasceu em Napoli e depois assinar um termo requerendo a correçao ao Cartorio no Brasil, entre outras providencias.
A certidao chegou no Brasil e essa tambem teria que ser traduzida, validada.. etc... e depois levada ao cartorio de titulos e documentos para ser registrada e so ai pode ser levada para a procuradora que esta com meu processo para ser corrigido e ainda tem que passar pelo consulado para validaçao da traduçao.
Ok. Fizemos tudo!

Os proximos capitulos:
A validaçao ficara pronta no Consulado no dia 07 de julho, AMANHAAAAAAAAAAA!!!!!
Minha filha vai la buscar e me enviar e eu deverei voltar a Policia para pedir o raio do Permesso di Soggiorno. Uma vez com ele em maos junto aos documentos que vieram do Brasil e vou na Prefeitura dar entrada na minha cidadania. ..... Torçam!

PS: Esta resumida a novela, nao tive paciencia de contar todas as idas e vindas, o medo, a agonia da minha filha e a grana que se gasta nessa brincadeira.

4 comentários:

Professora Lu disse...

Ainda bem que quando nasci meu pai já me registrou ...kkkkkkkkkkkkkkkkk
Não teria todo esse saco... mas já deu tudo certo!
beijossssss

Rosaria Selo disse...

Que sorte a sua! Quem me dera minha mae tivesse me registrado também. Hajaaa sacooo kkkkkkkkkkk
Beijos lindona <3

Gabriel disse...

Ontem quando li os posts desse blog, fiquei passado com o tanto que minha história é semelhante. Dava para me ver seguindo a mesma estrada passo-a-passo. Exceto que parece que o seu caso conseguiu ser ainda pior.

Eu também deixei passar os oito dias porque não sabia desse prazo para tirar a declaração de presença. Eu quase morri quando fiquei sabendo. Fiquei no maior medo da coisa desandar já logo no início. Mas eles nem fizeram caso. Dá pra acreditar? Ocorre que na Questura de Gênova a gente tem que chegar às seis da manhã para guardar lugar na fila para às nove horas conseguir pegar uma senha. No entanto, é uma confusão tão grande na hora de distribuir as senhas que muita gente que chegou cedão fica sem senha e alguns espertinhos que tinham acabado de chegar conseguem. É mole? E o oficial que distribui as senhas não está nem aí pra isso. Ele vai colocando as senhas nas mãosinhas que estão mais ao alcance dele e não quer nem saber se a ordem de chegada foi respeitada ou não. Aí a gente tem que voltar no dia seguinte: mais uma manhã perdida, mais três euros de passagem de trem para ir e três euros para voltar, etc. Por isso, eu acho que eles não criaram caso com o prazo estourado (em seis dias, diga-se de passagem; isto é: catorze dias após minha entrada na Itália), porque eles sabem que a gente tem ficar voltando lá um milhão de vezes para conseguir a senha. Não sei.

Eu na verdade consegui a senha no terceiro dia em que fui. Mas dá um desespero tão grande a gente não saber se um dia vai conseguir. Fica parecendo que o lance não vai sair nunca, que pro resto da dia a gente vai ter que ficar voltando lá para nada. Só quem passa por isso pra saber o tamanho da angústia.

Mas até que todos os oficiais/policiais com quem eu tive que falar foram bem civilizados. A mulher lá do sportello que fez minha declaração de presença foi até brincalhona. Apenas havia uma certa má vontade generalizada de se fornecer informações que nos ajudassem a perder o mínimo de tempo e de viagens possível. Quando perguntávamos o melhor horário de chegar ou se em tal e tal Ufficio a fila era muito grande ou se tinha um dia da semana em que a fila costumava ser menor... Unanimemente a resposta era: "Não sei". Fora isso, dava para notar um certo esforço para engolir a falta de paciência. Mas nunca rolou nenhuma brutalidade como foi com você.

Gabriel disse...

E eu estava achando que Gênova tinha sido o pior lugar que eu podia ter escolhido. Estava achando tudo aqui o maior horror. Mas agora parece que tem lugar pior.

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